segunda-feira, 21 de março de 2011

Eu, Bruxa!


Não a princesa na torre, nem um principe encantado. Não seria uma caponesa, nem a moça dos doçes. Não seria um flautista, nem a bailarina. Não uma menina de sapatinhos dourados. Eu não seria a vítima. Se meu mundo fosse do da Branca de Neve, eu seria a Rainha. Eu seria a Bruxa Má do Leste.
Eu me sinto observando, distante, como uma guardiã. Eu sinto que eu vou estar no fundo sempre. Por que mesmo nunca notadas, até mesmo as sombras são importantes.
Elas te lembram do perigo. Elas te dizem quando parar. Elas te falam a verdade. Eu falo a verdade. Eu acabo com as esperanças, quando isso é o mais saudável. Eu mantenho não só meus pés no chão. Eu digo até onde é seguro sonhar.

Eu sou a vingativa, a rancorosa. Eu faço o que é necessário, não importa a quem machuque. Eu sou a fria e indiferente. Eu sou aquela que vê, mais nunca sente.
Eu sou Rosana num todo, em todos os sentidos. Eu me viro sozinha. Eu sigo em frente. Eu não definho. Eu sou como um carvalho, resistindo ao vento.Eu sou como o capim, que sabe se esquivar.
Eu guardo maus talentos pra mim. E as vezes eles são tantos que me sufocam. Saltam pelos olhos e pela boca. Pelo ouvidos e pelas mãos. Meu corpo se arrepia, e eu posso sentir até mesmo a terra respirar. Eu pego toda essa vibração, e escondo.
Aquela que se levanta. Aquela que protege. Aquela que permanece.